O peixe-boi, também conhecido como vaca marinha, é o nome comum usado para se referir a uma família de mamíferos sirenídeos, ou seja, mamíferos placentários aquáticos, sendo o maior herbívoro aquático. Encontra-se dentro da família trichechid (Trichechidae) e seu gênero é Trichechus, atualmente com três espécies distribuídas pela América e África, tanto em águas doces quanto marinhas. São animais muito pacíficos e, embora sejam geralmente solitários, os peixes-boi são muito curiosos e costumam aproximar-se de barcos. Seu único predador é o ser humano e sua mortalidade está frequentemente associada a atividades antrópicas.
Continue lendo este artigo em nosso site e você descobrirá se o peixe-boi está em perigo de extinção ou não, assim como outras características da espécie.
Distribuição e características dos peixes-boi
Os peixes-boi possuem corpo fusiforme (forma alongada e elipsóide) e não possuem membros posteriores Sua cauda é plana para ser usada como remo, os membros anteriores são curtos e flexíveis e possuem três ou quatro unhas. Um animal adulto pode medir até 4 m e pesar até 500 kg. Essas medidas fazem do peixe-boi o Maior mamífero continental da América Latina
Os peixes-boi dormem debaixo d'água, emergindo a cada 20 minutos ou mais para respirar e se alimentar nas águas rasas. Seu ciclo reprodutivo é bastante longo e geralmente acasalam apenas a cada dois anos, dando à luz um único filhote. Esses animais formam uma parte muito importante dos ecossistemas aquáticos onde vivem, pois contribuem para manter o equilíbrio da vegetação e, além disso, atuam como bioindicadores da saúde e qualidade de seu ambiente. Da mesma forma, devido aos seus hábitos alimentares, os peixes-boi são recicladores de nutrientes, pois transformam a biomassa vegetal, disponibilizando-a para uma grande variedade de organismos aquáticos.
Tipos de peixes-boi e onde vivem
Atualmente, existem três espécies, que são as seguintes:
- Trichechus manatus (Caribe ou peixe-boi da Flórida): habita as Antilhas e rios e estuários da bacia do Mar do Caribe, sobretudo na costa da República Dominicana, local onde existem importantes reservas e projetos de conservação para esta espécie, além de ser o primeiro país onde foram criadas leis de proteção para este animal. Esta espécie possui duas subespécies, que são o peixe-boi da Flórida (Trichechus manatus latirostris) e o peixe-boi das Índias Ocidentais (Trichechus manatus manatus), que habita o nordeste da América do Sul.
- Trichechus senegalensis (peixe-boi africano): esta espécie de peixe-boi é uma daquelas para as quais menos informações existe, visto que não há muitos estudos realizados sobre ela. Sabe-se que está distribuído em habitats costeiros e em estuários e rios na costa oeste da África.
- Trichechus inunguis (peixe-boi amazônico): habita as costas da América do Sul e o rio Amazonas e seus afluentes, em países como o Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela e na região das Guianas. Por outro lado, também pode ser visto no Canal do Panamá, local onde foi introduzido para controlar o crescimento da vegetação aquática na rota interoceânica, enquanto se naturalizava. Saiba mais Animais da Amazônia neste outro artigo.
Por que o peixe-boi está em perigo de extinção?
Todas as espécies são classificadas como “vulneráveis” a nível global, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Em particular, as subespécies nomeadas estão em perigo de extinção devido, em grande parte, a atividades antrópicas, ou seja, devido à atividade humana Portanto, existem vários centros de resgate ou áreas protegidas onde esses animais vivem.
Agora, aprofundando um pouco mais as causas do peixe-boi ameaçado de extinção, destacamos o seguinte:
- Colisões com os barcos que navegam nas águas onde vivem as diferentes espécies. Muitas vezes, aqueles que não são mortos imediatamente ficam gravemente feridos. Os peixes-boi são lentos enquanto pastam e nadam em áreas costeiras urbanizadas e são propensos a colisões com barcos enquanto se alimentam e vivem em áreas costeiras rasas (geralmente de 1 a 2 metros). Ocasionalmente, uma mãe pode ser ferida ou morta, deixando muitos filhotes sozinhos e não sobrevivendo, pois não podem amamentar.
- Bycatch. As más práticas de pesca representam uma ameaça para os peixes-boi, muitas vezes usando métodos que capturam inadvertidamente esses animais e os ferem ou matam.
- Aumento da urbanização em áreas costeiras. Isso também leva à perda do habitat do peixe-boi, pois, como mencionamos, ele habita áreas costeiras rasas e muitas vezes próximas aos seres humanos, onde vem pastar.
- Caça e captura ilegal. Sendo uma espécie curiosa, lenta e pacífica, muitas vezes é fácil para muitos caçadores capturá-los por sua carne, pele e óleo.
- Poluição com substâncias tóxicas ou metálicas misturadas com ervas marinhas também são outra causa do declínio das espécies, pois dependem dessa vegetação para alimentação e abrigo.
Estado de Conservação do Peixe-boi
Este animal está listado no Apêndice I da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES). Nos países da América Latina, a conservação do peixe-boi é realizada há muitos anos, por isso existe o Plano de Manejo Regional do Peixe-boi das Índias Ocidentais, que foi atualizado em 2010 (PNUMA). Além disso, vários países desenvolveram um plano de gestão e proteção do peixe-boi em nível nacional e regional, levando em consideração as especificidades das ameaças contra o peixe-boi em cada país.
Em particular, o Brasil proibiu a caça do peixe-boi da Amazônia em 1973 e a lei federal dos EUA não permite a caça, captura, morte ou assédio do peixe-boi da Flórida. Na Flórida, os peixes-boi são protegidos graças ao “ Florida Manatee Sanctuary”. Por outro lado, existem vários santuários e reservas de peixes-boi em estado selvagem, tanto nos Estados Unidos e México, como em outros países, como Costa Rica, Guatemala, Panamá, Honduras e Venezuela. Por sua vez, desde 2014 o peixe-boi foi declarado o novo símbolo nacional da Costa Rica e no México, desde 2019, Jonuta (em Tabasco) foi declarado santuário do peixe-boi.
Internacionalmente, todos os sirenídeos são protegidos pelo protocolo da Convenção de Cartagena (SPAW), que proíbe capturar, matar, comprar ou vender peixes-boi, incluindo partes ou produtos feitos a partir deles.
Como ajudar o peixe-boi ameaçado?
Agora, se você se pergunta como pode ajudar a evitar que a espécie desapareça, a resposta é se informar o máximo possível. Agora que você conhece as causas que ameaçam sua existência, tente levar um estilo de vida o mais sustentável possível, reciclando e tendo consciência de cada produto que compra. Da mesma forma, você sempre pode descobrir em seu país para ver se existem organizações que trabalham na conservação do peixe-boi para tentar ser voluntário.
Para mais informações, não hesite em consultar nosso artigo sobre Como proteger animais ameaçados de extinção.
