A introdução de espécies em ecossistemas onde não são encontradas naturalmente pode ter consequências muito graves para a biodiversidade. Essas espécies podem se estabelecer, reproduzir e colonizar novos lugares, substituindo a flora ou fauna nativa e alterando o funcionamento do ecossistema.
As espécies invasoras são atualmente a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, precedida apenas pela perda de habitat. Embora as introduções tenham ocorrido desde as primeiras migrações humanas, elas se multiplicaram nas últimas décadas devido ao comércio global. Se quiser saber mais, não perca este artigo em nosso site sobre espécies invasoras: definição, exemplos e consequências
Definição de Espécies Invasoras
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma “espécie exótica invasora” é uma espécie exótica que se estabelece em um ecossistema ou habitat natural ou semi-natural, tornando-se um agente de mudança e uma ameaça à diversidade biológica nativa.
Portanto, espécies invasoras são aquelas capazes de se reproduzir com sucesso e formar populações autossuficientes em um ecossistema que não é seu. Quando isso acontece, dizemos que eles se “naturalizaram”, o que pode ter consequências desastrosas para as espécies nativas.
Algumas espécies exóticas introduzidas não são capazes de sobreviver e se reproduzir sozinhas, então acabam desaparecendo do ecossistema e não colocam em risco a biodiversidade nativa. Neste caso, não são consideradas espécies invasoras, mas somente introduzidas
Origem das espécies invasoras
Desde a existência dos seres humanos, eles fizeram grandes migrações e levaram consigo espécies que os ajudaram a sobreviver. O transporte e a exploração transoceânica aumentaram muito o número de espécies invasoras. No entanto, a globalização do comércio que ocorreu ao longo do último século aumentou exponencialmente a introdução de espécies. Atualmente, a introdução de espécies invasoras tem origens diversas:
- Acidental: Animais “escondidos” em barcos, água de lastro ou carros.
- Animais de estimação: É muito comum que as pessoas que compram animais de estimação se cansem deles ou não possam cuidar deles, então decidem para liberá-los. Às vezes eles fazem isso pensando que estão fazendo uma boa ação, mas não levam em conta que colocam em risco a vida de muitos outros animais.
- Aquários: a descarga de água de aquários onde existem plantas exóticas ou larvas de pequenos animais tem levado à invasão de rios e mares por muitas espécies.
- Caça e pesca: Tanto os rios quanto as montanhas estão cheios de animais invasores liberados por caçadores, pescadores e às vezes pela própria administração. O objetivo é capturar animais coloridos como troféu ou recurso alimentar.
- Jardins: Tanto os jardins públicos como os privados cultivam plantas ornamentais que são espécies invasoras altamente perigosas. Algumas dessas espécies vieram para deslocar florestas nativas.
- Agricultura: Plantas cultivadas para alimentação, com poucas exceções, geralmente não são plantas invasoras. No entanto, sementes e artrópodes que colonizaram o mundo, como muitas gramíneas adventícias (“ervas daninhas”), escapam durante o transporte.
Se você quiser saber mais sobre as consequências do uso de espécies exóticas como animais de estimação, recomendamos este outro artigo sobre Animais que não devem ser animais de estimação.
Consequências da introdução de espécies invasoras
As consequências da introdução de espécies invasoras não são imediatas, mas são observadas muito tempo se passou desde a sua introdução. Algumas dessas consequências são:
- Extinção de espécies: As espécies invasoras podem exterminar os animais ou plantas que consomem, pois não estão adaptados à predação ou à voracidade do novo consumidor. Além disso, competem por recursos (alimentos, espaço) com espécies nativas, deslocando-as e causando seu desaparecimento.
- Alteração do ecossistema: como consequência de sua atividade, podem alterar a cadeia alimentar, os processos naturais e o funcionamento dos habitats e ecossistemas.
- Transmissão de doenças: Espécies exóticas carregam patógenos e parasitas de seus locais de origem. Espécies nativas nunca conviveram com essas doenças, por isso muitas vezes sofrem uma alta taxa de mortalidade.
- Hibridização: Algumas espécies introduzidas podem cruzar com outras variedades ou raças nativas. Como consequência, a variedade nativa pode desaparecer, reduzindo a biodiversidade.
- Consequências Econômicas: Muitas espécies invasoras tornam-se pragas de culturas, dizimando colheitas. Outros se adaptam a viver em infraestruturas humanas, como tubulações, causando grandes perdas econômicas.
Para evitar a extinção de espécies nativas, aconselhamos a leitura deste outro artigo em nosso site sobre Como proteger animais em perigo de extinção?
Exemplos de espécies invasoras
Já existem milhares de espécies invasoras em todo o mundo. Neste artigo do nosso site, deixamos-lhe alguns exemplos das espécies invasoras mais nocivas.
Perca do Nilo (Lates niloticus)
Esses enormes peixes de rio foram introduzidos no Lago Vitória (África). Em pouco tempo, causou a extinção de mais de 200 espécies de peixes endêmicos devido à sua predação e competição. Acredita-se também que as atividades derivadas de sua pesca e consumo estejam relacionadas à eutrofização do lago e à invasão do aguapé (Eichhornia crassipes).
caracol lobo (Euglandina rosea)
Foi introduzido em algumas ilhas do Pacífico e da Índia como predador de outra espécie invasora: o caracol Gigante africano (Achatina fulica). Este havia sido introduzido como recurso alimentar e animal de estimação em muitos países, até se tornar uma praga agrícola. Como esperado, o caracol lobo não só consumiu o caracol gigante, mas também eliminou muitas espécies indígenas de gastrópodes.
Caulerpa (Caulerpa taxifolia)
Caulerpa é provavelmente a planta invasora mais nociva do mundo É uma alga tropical que foi introduzida no Mediterrâneo nos anos 80, provavelmente como resultado da descarga de água de um aquário. Hoje, já é encontrado em todo o Mediterrâneo ocidental, onde é uma ameaça às pastagens nativas, onde numerosos animais se reproduzem.