Um dos benefícios da esterilização é evitar uma patologia com risco de vida chamada piometra, que consiste em um infecção no útero A esterilização que envolve a remoção dos ovários e do útero deve, portanto, prevenir a infecção deste último órgão, mas sabemos que existem casos de cadelas esterilizadas que a contraem. Por isso, neste artigo do nosso site vamos responder a seguinte pergunta: "Cães castrados podem ter piometra? ". Explicamos como você pode sofrer com isso, como podemos diagnosticá-lo e, claro, qual é a maneira de resolvê-lo. Continue lendo!
O que é piometra?
Como dissemos, a piometra é uma infecção no útero, com presença de pus nela e alterações sistêmicas. O útero, juntamente com os ovários, forma o sistema reprodutivo das cadelas. Seu ciclo é composto por quatro fases, sendo a fértil aquela que popularmente conhecemos com o nome de calor. É nesse período que o útero se abre, permitindo a entrada de bactérias que podem ascender da vagina. Após o cio, na fase conhecida como diestro, o tecido uterino sofre alterações na presença de um hormônio aumentado, a progesterona. Se as alterações forem acompanhadas por uma reação inflamatória do endométrio (revestimento interno do útero), o útero se tornará um habitat muito favorável para as bactérias, aquelas que conseguiram alcançá-lo durante o cio. Além disso, o útero fecha.
Tudo isso explica porque a piometra aparece após o cio, após cerca de 2-3 meses. Caracteriza-se por sintomas inespecíficos, ou seja, pode ser comum a outras patologias, pois apresenta polidipsia (aumento da ingestão de água) e poliúria (aumento da micção), vômitos, anorexia, letargia, relutância em subir em sofás ou camas ou em s alto devido a dor abdominal, às vezes febre e corrimento vaginal sanguinolento, que pode ser confundido com calor, se estivermos diante da conhecida como piometra de pescoço abertoNeste tipo da piometra, a infecção pode se espalhar para o exterior, enquanto na piometra de pescoço fechado o pus e outras secreções se acumulam em seu interior. É a forma mais perigosa, pois pode levar à perfuração do útero e à saída de seu conteúdo para a cavidade abdominal, causando peritonite. Mas, se a piometra está relacionada ao cio, Uma cadela castrada pode ter piometra? Explicamos na próxima seção.
Piometra na cadela castrada
Neste ponto você deve saber que as esterilizações podem ser realizadas das seguintes maneiras:
- Laqueadura de trompas: esta técnica não é recomendada porque apenas evita que a cadela engravide, caso contrário manteria seu ciclo e a saúde problemas que podem resultar disso.
- Histerectomia: Remoção apenas do útero. Também não é recomendado, pois o calor e a ação dos hormônios permaneceriam intactos, pois é causado pelos ovários.
- Ovariectomia: é a retirada dos ovários, para que o calor seja interrompido. Se feito precocemente, entre o primeiro e o segundo cio, evita-se o aparecimento de tumores mamários.
- Ovariohisterectomia: neste tipo de intervenção, tanto o útero quanto os ovários são removidos, não havendo ação hormonal, calor ou possíveis tumores. É o mais frequente.
Como podemos ver, uma cadela esterilizada pode ter piometra, se ela passou por uma intervenção na qual foram deixados os ovários ou mesmo o útero. Felizmente, estas intervenções não são as mais difundidas e é normal que a nossa cadela tenha sido submetida a uma ovariectomia ou ovariohisterectomia.
Se adotarmos nosso cão adulto ou mesmo se o operarmos, devemos perguntar ao veterinário que tipo de operação ele fez. Nesses casos, a chave que explicará a possibilidade de uma cadela castrada ter piometra é o que conhecemos como resto ovárico ou remanescente, que nada mais é do que o persistência do tecido ovariano, apesar de ambos os ovários terem sido removidos. Pode acontecer por falha na técnica cirúrgica, pois às vezes é difícil alcançar os ovários devido à fisionomia da cadela. Além disso, o tecido ovariano pode até ficar alojado na cavidade abdominal e, por efeito dos hormônios, acaba se revascularizando e se comportando como um ovário perfeitamente funcional.
A ativação dos hormônios produzidos por este remanescente ovariano é responsável por causar piometra, que será um coto se o útero for removido durante a esterilização, seguindo o mecanismo que explicamos na seção anterior. Um sangramento vaginal ou qualquer sintoma como o já mencionado é motivo de consulta veterinária urgente, principalmente se nossa cadela tiver mais de seis anos, pois é a idade a partir da qual o risco aumenta, embora isso não signifique que as mulheres mais jovens não possam sofrer com isso.
Em conclusão, para a piometra de um coto ocorrer, as seguintes circunstâncias devem ocorrer :
- Quando, após a esterilização, uma parte do útero permanece no corpo.
- Além disso, um hormônio chamado progesterona está elevado, o que pode ser causado por um remanescente ovariano (endógeno) ou pela administração de certos medicamentos (exógenos).
- Como dissemos no ponto anterior, o remanescente ovariano é necessário para gerar os hormônios necessários.
Tratamento da piometra na cadela castrada
Já vimos que uma cadela esterilizada pode ter piometra, portanto, se nossa cadela tiver seus ovários sobrando ou mesmo nos casos em que eles foram removidos, se aparecerem sintomas como os mencionados (polidipsia, poliúria, vômitos, etc.), a piometra deve fazer parte do diagnóstico diferencial, embora a maioria das cadelas castradas não sofram desta complicação.
Para confirmar a presença ou não de piometra, o veterinário pode fazer um raiox ou melhor, um ultrassom Além disso, em um sangue análise é normal observar um aumento no número de leucócitos (glóbulos brancos que aumentam em número na presença de infecção), anemia e, em muitos casos, uma alteração nos parâmetros que nos informam sobre a função renal (creatinina e ureia), pois a piometra, na maioria dos casos causada pela bactéria E. coli, produz toxinas que chegam facilmente aos rins.
Sua disseminação pelo corpo é um risco, pois pode causar septicemia (infecção generalizada). Confirmado o diagnóstico, o tratamento mais recomendado é a cirurgia e o uso de antibióticos. Antes de operar, o cão deve estar o mais estabilizado possível, o que é conseguido através do estabelecimento de fluidoterapia. É verdade que, em alguns casos, pode ser tratada com medicamentos, mas é preciso saber que a piometra pode ocorrer após o próximo cio.
A operação tem riscos pois o útero, nessas condições, pode rasgar, causando choque e morte. Como podemos ver, a piometra é uma patologia com risco de vida. A prevenção, por meio da esterilização, é a medida mais eficaz para evitá-la e isso deve sempre ser feito por profissionais de confiança para minimizar o risco de resquícios ou resquícios ovarianos.
Outras complicações da ovariohisterectomia
Em conclusão, uma cadela castrada pode ter piometra de coto como complicação após a cirurgia. Outros problemas que podem surgir são os seguintes:
- Sangramento durante a cirurgia, principalmente se for realizado na fase do estro, quando a área tem maior aporte sanguíneo.
- Como vimos, resto ou resquício ovariano, produzido quando algum fragmento de tecido ovariano permanece no corpo.
- Às vezes o ureter pode ser ligado acidentalmente.
- Incontinência urinária, às vezes devido a aderências entre a bexiga e o coto uterino ou devido à diminuição do estrogênio.
- Fístulas se for usado material de sutura inadequado.
Todos esses riscos são minimizados com uma técnica cirúrgica adequada, daí a importância de ter um bom veterinário. A incidência de complicações é baixa o suficiente para que a esterilização seja uma intervenção recomendada.