No nosso site costumamos apresentar-lhe temas de interesse sobre o mundo dos animais, e desta vez queremos fazê-lo sobre um exemplar que, de acordo com o Nordic histórias, durante séculos causou fascínio e terror ao mesmo tempo. Referimo-nos ao Kraken. As histórias dos marinheiros mencionavam que havia uma criatura gigantesca, capaz de devorar homens e até em alguns casos afundar navios.
Com o tempo, muitas dessas histórias foram consideradas exageradas e, por f alta de evidências, tornaram-se histórias fantásticas. No entanto, o grande cientista Carlos Linnaeus, criador da taxonomia dos seres vivos, incluiu em sua primeira edição da obra Systema naturae um animal chamado kraken, com o nome científico de Microcosmus, dentro dos cefalópodes. Essa inclusão foi descartada em edições posteriores, mas considerando as histórias dos marinheiros e a consideração de um cientista da estatura de Lineu, vale perguntar se o kraken existe ou já existiu Continue lendo este artigo para poder responder a esta pergunta interessante.
O que é o Kraken?
A palavra "kraken" é escandinava e significa "um animal doente ou algo maligno", um termo que se refere a uma suposta criatura marinha de dimensões colossaisque atacaram navios e devoraram seus tripulantes. Na língua alemã, "krake" significa "polvo", enquanto "kraken" alude ao plural do termo, que também se refere ao animal mítico. O terror gerado por essa criatura era tal que os relatos das histórias nórdicas indicam a omissão do nome kraken, já que este era um mau presságio e o animal podia ser invocado. Nesse sentido, para se referir ao temível espécime marinho, foram utilizadas as palavras "hafgufa" ou "lyngbakr", que estavam relacionadas a criaturas gigantes, como um peixe ou uma baleia de tamanhos colossais.
Descrição do Kraken
A descrição do Kraken se referia a um grande animal parecido com um polvo que ao flutuar poderia parecer uma ilha no mar, medindo mais de 2 quilômetros Foi ainda feita referência aos seus olhos grandes e a presença de vários tentáculos gigantes. Outro aspecto que foi mencionado pelos marinheiros ou pescadores que disseram tê-lo visto, foi que quando aparecia podia turvar ou escurecer a água onde nadava. As histórias também indicavam que se ele não afundasse o barco com seus tentáculos, ao mergulhar violentamente na água causava um grande redemoinho que acabou afundando o barco mesmo assim.
A Lenda do Kraken
A lenda do Kraken é encontrada na mitologia nórdica, especificamente na obra de 1752 História Natural da Noruega, que foi escrita pelo Bispo de Bergen, Erik Lugvidsen Pontoppidan, no qual o animal é descrito em detalhes. Além do tamanho e das características mencionadas acima, a lenda do Kraken relata que, graças aos seus imensos tentáculos, o animal poderia segurar uma pessoa no ar, independentemente de seu tamanho. Nesses relatos, o espécime mencionado foi distinguido de outros monstros, como serpentes marinhas.
Por outro lado, as histórias sobre o Kraken atribuem tanto movimentos sísmicos e atividades vulcânicas submarinas quanto o surgimento de novas ilhas que ocorreram em áreas como a Islândia. Também as fortes correntes e grandes ondas foram supostamente causadas pelos movimentos que esta criatura fazia ao se mover debaixo d'água.
Mas nem todas essas lendas destacaram aspectos negativos, os pescadores também relataram que quando o Kraken surgiu, graças ao seu enorme corpo muitos peixes vieram à tona e que eles, posicionados em local seguro, conseguiram capturá-los. Na verdade, mais tarde tornou-se popular que, quando um homem tinha uma pesca abundante, lhe diziam que se ele tivesse pescado em um Kraken.
A lenda do Kraken se espalhou de tal forma que este lendário animal foi incorporado em várias obras de arte, literatura e cinema.
O Kraken existe ou existiu?
Relatos científicos são de vital importância para conhecer a veracidade de uma determinada espécie. Nesse sentido, se o kraken existe ou existe, é difícil saberDevemos lembrar que o naturalista e cientista Carlos Linnaeus a considerou dentro de sua primeira classificação, embora, como mencionamos, a tenha eliminado posteriormente. Por outro lado, no início de 1800, o naturalista francês e estudioso dos moluscos, Pierre Denys de Montfort, em sua obra História Natural Geral e Particular dos Moluscos, descreve a existência de dois polvos gigantes, sendo um deles o Kraken. Este cientista ousou afirmar que o naufrágio de um grupo de vários navios britânicos se deveu ao ataque de um polvo gigante. Porém, mais tarde, alguns sobreviventes relataram que o terrível acidente ocorreu devido a uma grande tempestade, que acabou desacreditando Montfort e descartando a ideia de que o Kraken fosse um polvo gigante.
Ao contrário do acima, em meados de 1800, verificou-se a existência de uma lula gigante, que foi encontrada morta em uma praia. A partir desta constatação, os estudos sobre este animal foram aprofundados e, embora não existam relatos exaustivos a seu respeito, uma vez que não é tão fácil localizá-los, atualmente sabe-se que o famoso Kraken é referido algumas espécies de cefalópodes , especificamente lulas, que possuem tamanhos incríveis, mas em nenhum caso com as características e força descritas na mitologia.
Espécie de lula gigante
Atualmente, as seguintes espécies de lulas gigantes são conhecidas:
- Lula gigante do Atlântico (Architeuthis dux): o maior espécime identificado foi uma fêmea morta de 18 metros de comprimento e 250 kg de peso.
- Lula gigante (Moroteuthopsis longimana): podem pesar até 30 Kg e medir 2,5 metros de comprimento.
- Lula colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni): é a maior espécie existente. Eles podem medir quase 20 metros e um peso máximo de cerca de 500 Kg foi estimado através dos restos de um espécime encontrado dentro de um cachalote.
- Dana lula ou polvo de lula (Taningia danae): podem medir cerca de 2,3 metros e pesar pouco mais de 160 Kg.
O primeiro registro em vídeo de uma lula gigante não foi até 2005, quando uma equipe do Museu Nacional de Ciências Japonês conseguiu registrar a presença de uma. Podemos então dizer que o Kraken é na verdade uma lula gigante, que apesar de incrível, não é capaz de afundar navios ou causar movimentos sísmicos. Muito provavelmente, dada a ignorância da época, ao observar os tentáculos do animal, pensou-se que fosse um grande polvo. Até agora sabe-se que o único predador natural destas espécies de cefalópodes são os cachalotes, cetáceos que podem pesar cerca de 50 toneladas e medir 20 metros, pelo que com estes tamanhos podem sem dúvida caçar facilmente lulas gigantes.